6.29.2007

FRONTEIRAS

[Sérgio Rodrigo]

O que seria uma vida sem fronteiras?
Seria uma vida sem limites, regras, diferenças?
Talvez a vida se faça justamente pela existência defronteiras.
Núcleo, membrana, corpo, espaço, dimensão.

Por outro lado, talvez não ter fronteiras, não seja estar
alheio a existência destas, de suas necessidades,
do quanto são responsáveis pela vida e pelo equilíbrio.

Talvez não ter fronteiras seja apenas um estado de consciência,
que nos permita, nos relacionar sem imposições, que nos
permita não avançar os sinais, as portas abertas,
o direito alheio, sua cultura, credo enfim escolhas alheias a nossa vida.

Talvez não ter fronteira seja algo que
não possamos conceber,
muito menos compreender ou vivenciar, talvez seja utopia,
devaneio, loucura.Talvez uma fuga.

A vida é feita de fronteiras.
Ao norte, ao sul, do corpo para alma,
de dentro para fora. Homens, mulheres, idades, sexos,
espécies, terra, água, fronteiras naturais.

A vida é feita de fronteiras, ponto.
Talvez olhando de longe, bem de longe não existam fronteiras.
Ou quem sabe olhando bem de perto,
as espécies sejam mais parecidas,
assim como as pessoas em suas idas e vindas,
conflitos e dúvidas cruciais.

Talvez algumas pessoas precisem de fronteiras outras não,
algumas mais outras menos.
Algumas ergueram, foram enclausuradas,
outras se libertaram, se perderam ou as desconhecem.

Algumas talvez até morram sem elas, enquanto outras foram
mortas tentando atravessá-las, derrubá-las.
Como alguém que, na pior das hipóteses, vislumbra um realidade
sem fronteiras. Estendo minhas mãos,
abro meus ouvidos e olhos às
mais distantes possibilidades.

Não que compartilhe de todas, repeito-as.
Horas machuco-me, caio, lamento, mas são escolhas minhas,
de ir e vir, respeitando o que conheço e o que certamente virei a conhecer...
[Cláudio]

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