3.09.2007

SELEÇÃO - MÁRIO QUINTANA



DAS UTOPIAS
Se as coisas são inatingíveis...
ora!Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
[Espelho Mágico]

*
*
O MAPA
Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita

Das ruas de Porto AlegreOnde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita,

Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)
Quando eu for, um dia desses,

Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar

Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...
[Apontamentos de História Sobrenatural]

*
*
ESSA LEMBRANÇA QUE NOS VEM
Essa lembrança que nos vem às vezes...
folha súbita
que tomba
abrindo na memória a flor silenciosa
de mil e uma pétalas concêntricas...
Essa lembrança...mas de onde? de quem?
Essa lembrança talvez nem seja nossa,
mas de alguém que, pensando em nós, só possa
mandar um eco do seu pensamento
nessa mensagem pelos céus perdida...
Ai! Tão perdida
que nem se possa saber mais de quem.

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http://marioquintana.blogspot.com/
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